De Interesse Coletivo
agosto 12, 2021Carta aos Associados
setembro 30, 2021Toda atividade exercida por uma pessoa fora do seu domicílio e que o afastamento envolva gastos com transporte, hospedagem, alimentação, lazer, entretenimento, negócios, compras, cursos, etc, se traduz como atividade de turismo.
Os fluxos turísticos podem ser originários do próprio estado, interestaduais e internacionais, cuja renda auferida proporciona resultados diretos e indiretos, ensejando num plano macroeconômico um efeito propagador de ingressos na estrutura de comércio e serviços.
A função geradora de emprego é uma característica importante da atividade turística. Na ocorrência de condições favoráveis, torna-se absorvedora de mão de obra, ampliando o mercado de trabalho, aumentando a renda nacional, consequentemente, contribuindo para a demanda por bens de produção.
O turismo tem a propriedade de elevar os padrões de vida das populações das cidades e países receptores, pela combinação de suas múltiplas atividades numa esfera ampla de desenvolvimento.
A exploração do turismo como negócio e do ponto de vista institucional necessita de prioridade nos programas de governo, de ações promocionais ininterruptas, de infraestrutura e de recursos humanos, buscando assim condições adequadas para atuar nos mercadores concorrentes.
A Bahia se constitui num dos grandes centros de turismo interno no país. Seja por sua localização, com uma vasta costa marítima, seja pelo acesso, dotado de estradas e aeroportos, seja pelo clima ameno ao longo do ano, seja pelos aspectos culturais, seja pelos recursos naturais, o estado exerce poder de atração em pessoas de todo o Brasil e de outros países.
Das cidades consideradas de atração turística na Bahia, Salvador, sem dúvida, é a principal. Foi a primeira capital do país e tornou-se uma das mais antigas cidades brasileiras. Possui acervo de real valor artístico e cultural e uma população tradicionalmente acolhedora e hospitaleira que encanta a todos os que aqui chegam.
Dentre os diversos traços culturais e recursos naturais turísticos de Salvador, destacam-se alguns: as tradicionais festas populares, com o ciclo iniciando em dezembro e finalizando as vésperas do carnaval; o carnaval, caracterizado com a contagiante animação de rua, realçado pelo frenesi dos trios elétricos, blocos e foliões; as praias, com cerca de cem quilômetros de extensão, com seu burburinho de centro urbano até locais mais tranquilos, compõem um cenário aconchegante para os visitantes que as frequentam; outras atrações sobejamente procuradas como museus, terreiros de candomblé, os fortes, o Elevador Lacerda, o Mercado Modelo, a Lagoa do Abaeté, o Sítio Histórico do Pelourinho, igrejas (especialmente a mais famosa, do Bonfim), o dique do Tororó e seus orixás, o bairro de Itapoan (imortalizado na música de Vinicius de Moraes), etc.
Toda essa riqueza natural e cultural deve ser explorada de forma racional, programada e organizada, buscando resultados que satisfaçam a todos, tanto ao visitante que traz divisas para a cidade como àqueles que participam desse processo econômico. Aos órgãos de turismo do estado e da cidade cabe vender o produto Salvador, agindo sempre na busca de resultados para o crescimento da atividade ano a ano, atuando profissionalmente, deixando de lado as improvisações e tomando a frente nas políticas de alavancar um setor econômico tão em evidência no contexto mundial.
O aprimoramento das condições de atração de novos visitantes bem como do regresso daqueles que já conheceram a cidade de Salvador deve ser continuamente trabalhado na divulgação da boa terra no Brasil e mundo afora a fim de mostrá-la por sua forma diferenciada, singular e única. Conjugado deve-se avaliar permanentemente o grau de satisfação obtido na estada dos turistas considerando todos os locais e segmentos de interação desde a chegada até a partida, sendo assim, aeroporto, rodoviária, estradas, hotelaria, comunicações, infraestrutura física, meios de transporte, comércio, restaurantes, culinária, recursos naturais, atrativos culturais, diversões, etc., fazem parte do escopo de mensuração possibilitando um adequado monitoramento no desempenho do setor na perspectiva de um crescimento vigoroso e vertiginoso a se realizar se explorado sistemicamente.
Hélio Ortega Arruda – Sociólogo e Economista
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